Cursos de verão abordam Moda, Mulher, Liberdade e as teses de Paul Preciado
- Inanna
- 28 de jan. de 2016
- 2 min de leitura

Moda, Mulher e Liberdade:
Ementa: Se hoje em dia as mulheres vestem calças com naturalidade, durante séculos ela esteve proibida de usar esta peça que simboliza o poder e a virilidade do homem. Ao longo da história, as calças, mais do que uma peça de roupa prática e confortável, se erigiu como símbolo do poder político e da liberdade. Durante a Revolução Francesa as calças expressavam valores republicanos e tornou-se um elemento-chave da nova ordem política. Nesse período, as mulheres foram privadas de todos os direitos, inclusive de usar calças. Em Paris, uma portaria policial de 07 de novembro de 1800 proibiu as mulheres de usarem roupas do “sexo oposto” Apesar dessa proibição, a calça foi um dos companheiros de viagem da emancipação feminina.
Meio século mais tarde, por iniciativa de feministas, as calças foram usadas como arma política para desafiar o domínio masculino. Na virada do século 20, foi adotada uma emenda na lei, permitindo que as mulheres usassem calças, mas apenas diante de duas situações: “se estiverem segurando um guidão de uma bicicleta ou as rédeas de um cavalo”. Essa lei só foi revogada em 26 de julho de 2013. Do mesmo modo, foram as sufragistas inglesas que iniciaram uma campanha política contra o espartilho em 1904 e logo depois as francesas se uniram a causa, e em 1906 o sutiã é adotado em nome da liberdade de movimento das mulheres.
Desse modo, é preciso criticar a noção monolítica de que as mulheres são escravas da moda bem como aquele que afirma que uma mulher se veste apenas para agradar a um homem. As mulheres se vestem para agradarem a si mesmas e inventam estilos que reforçam sua personalidade e liberdade. Nesse sentido, este curso pretende fazer uma viagem histórica através do papel reivindicativo da roupa.
Mais informações e matrículas, aqui.
A revolução anal: Bioterrorismo e Fármacopoder
Ementa:Lançado em 2002, O Manifesto Contrassexual lançou inquietantes e inovadoras questões no que diz respeito as classificações de gênero e de orientação sexual. Inspirad@ no conceito de Biopolítica, desenvolvido por Michel Foucault, Paul Preciado, em seu manifesto, desenvolve a tarefa de aprofundar as questões iniciadas por Foucault, especificamente o controle dos corpos e o biopoder. Também chamou atenção, à época, a sua proposta de uma sociedade contrassexual onde as tecnologias de gênero e orientação sexual são implodidas.
Em Testo Yonqui (2008), Preciado continua a sua pesquisa a respeito do biopoder e controle dos corpos, mas agora, fazendo do seu próprio corpo o texto. Ao ingerir doses de hormônios masculinos em seu corpo, Preciado constrói uma genealogia do Fármaco-Poder que, de acordo com @ auto@, tem início nas duas primeiras grandes guerras.
Este curso tem por objetivo aprofundar e debater os conceitos de contrassexualidade, micropolíticas de gênero, fármacopoder, fármacopornografia, a intoxicação voltunrária e mutações corporais.
Mais informações e matrícula, aqui.

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