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Degeneração, sempre! Nazi-fascismo, nunca!

Foi com espanto e indignação que recebemos a notícia do cancelamento da exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença", que estava sendo realizada no Santander Cultural, no centro de Porto Alegre (RS) com um mês de antecedência. De acordo com as informações que circulam nos portais jornalísticos, a decisão se deu por conta de protestos organizados por grupo da extrema direita aliados a fundamentalistas e neofascistas. Segundo o Portal Fórum, a ação foi organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que, a partir de sua coordenadora local declarou que eles não acreditam que "as obras de QueerMuseu sejam um tipo de arte e muito menos que as crianças tenham acesso a esse tipo de coisa", disse Paula Cassol, líder do MBL-RS. E a justificação do banco só piora a nossa indignação. O cancelamento dessa exposição deve nos deixar em estado máximo de alerta, pois, abre um precedente perigoso para outras mostras que trabalhem com o tema da sexualidade, diferenças e LGBT. Mas, também, não apenas os grupos de artes plásticas devem se sentir ameaçados, mas todos os coletivos que trabalham com estes temas, pois, como bem sabemos, estes grupos nazifascistas estão organizados em todo o território brasileiro e promovem todo o tipo de perseguição àquilo que foge da sua visão estreita e limitada do que é sociedade, família e outras sexualidades possíveis. Para nós, que somos um grupo acadêmico e que carregamos a palavra "diferença" em nosso nome, esta censura a exposição "QueerMuseu" nos faz tremer - mas não fraquejar - e lembrar dos tempos mais sombrios que o Brasil viveu sob a ditadura e também do não tão distante regime nazifascista na Itália e na Alemanha. Não sejamos ingênuos, o que está em curso é uma perseguição a tudo aquilo que orbitou em torno dos governos petistas, explicamos: ainda que possamos tecer algumas críticas às políticas LGBT durante as gestões de Lula e Dilma, não podemos esquecer que tais ações eram inexistentes no âmbito do Estado brasileiro; ainda que limitadas, as políticas LGBT perpetradas pelos governos petistas foram um respiro e uma luz de esperança, no caso, "agora vai". Mas, tudo foi desmontado em tempo recorde; não apenas as ações LGBT foram deletadas, mas também as voltadas às populações indígenas, negr@s e claro, a toda trabalhadora que sofre, desde o golpe que derrubou o governo Dilma, com a perda de direitos trabalhistas. A caixa de Pandora foi aberta e hoje vivemos um ambiente que pensávamos inimaginável há três anos: a consolidação de uma extrema direita que não vai sossegar enquanto eliminar a tudo aquilo que considera enquanto "depravado" e "diferente". Ou seja, todos aqueles que estão fora da conta Heterossexual+Branco são alvos em potencial destes grupos nazifascista que ganha, a cada dia que passa, terreno e apoiadores, entre eles, deputados, senadores e prefeitos. Mas, é neste momento em que não podemos fraquejar e nem nos amedrontar, o momento pede união, que as diferenças políticas sejam guardadas nas gavetas e que todos os grupos que ainda acreditam em um outro mundo possível estejam juntos, atentos e prontos para responder a cada ataque fascista, racista, machista e homofóbico. Fascistas, não passarão!

Inanna - Núcleo de Pesquisa sobre Sexualidades, Feminismos, Gênero e Difereças (NIP-PUC-SP)

Imagem: obra de Joel peter Witkin


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