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“Me chame pelo seu nome” é retrato sublime do amor entre dois homens

Estreia nesta quinta-feira (18) o aclamado “Me chame pelo seu nome” (2017), dirigido por Luca Guadagnino e que conta a história do jovem Elio Perlman (Timothée Chalamet) que passa o verão com a família no Sul da Itália e desperta para uma paixão incontrolável por Oliver (Armie Hammer), orientando do pai de Elio - Mr. Perlman (Michael Stuhlbarg) - e que também vai passar o verão com a família Perlman para concluir os estudos. Apesar de ter sido ignorado pelo Globo de Ouro, o longa vem colhendo inúmeros prêmios – acabou de receber o Critics' Choice Award por Melhor roteiro adaptado para James Ivory, pois, o longa é uma adaptação de um livro com o mesmo nome escrito por André Aciman – e já é considerado um dos melhores do ano pela crítica especializada.

Mas, o que esperar de “Me chame pelo seu nome”? Bom, trata-se de um filme longo (140 min), lento e contemplativo que acompanha o dia a dia de um jovem de 17 anos (Elio) que se descobre apaixonado pelo convidado de seu pai, um homem (Oliver) mais velho, entre 25 e 30 anos, e que vem de outra cultura, dos EUA, o que vai chamar a atenção não apenas do garoto, mas de toda a cidadezinha onde se desenrola a trama. A partir daí vamos acompanhar os típicos trejeitos de um adolescente que está chegando na maturidade, ou seja, muita ambiguidade, paradoxos e ansiedade. Elio, em dados momentos se mostra muito determinado e busca aparentar maturidade a frente dos outros jovens com quem mantém relação, porém, em outros, experimenta uma atração e amor que a vida nunca lhe havia contado. Do outro lado, Oliver, que inicialmente acreditamos ser um homem completamente maduro e decidido sobre vida também se revela cheio de conflitos e dúvidas. Na primeira metade do longa o pesquisador se mostra um tanto relutante em ficar com o jovem Elio. Neste momento e de maneira muito sutil, o filme aborda os valores da época – década de 1980. Porém, em outro momento, estes papeis vão se inverter. Aliás, esta é a grande jogada do roteiro: ainda que possamos declarar que estamos diante de um primeiro amor gay, isto nunca é tranquilo, pois, há toda uma estrutura que nos leva para os conflitos existenciais que vão marcar a relação dos dois rapazes. Mas, “Me chame pelo seu nome” faz isso sem cair em moralismos fácil, muito pelo contrário e, justamente por isso, o filme já deixou os conservadores dos EUA de cabelo em pé e acusaram o filme de promover a pedofilia. Bobagem. Juntamente com o excelente roteiro e atuações, é preciso destacar a direção e fotografia do filme. O diretor Luca Guadagnino não teve pressa em contar a sua história. Muitos momentos do filme acompanhamos por minutos Elio sentado e fumando, lendo e fumando ou simplesmente fazendo nada. E esta contemplação perante a vida se repete com outros personagens. Outro destaque de “Me chame pelo seu nome” é a direção fotográfica de Sayombhu Mukdeeprom, que optou por cores pastéis e parece que estamos dentro do verão italiano. Ah, e tem uma cena que ainda vai dar o que falar: quando o protagonista se masturba com um pêssego.

Por fim, “Me chame pelo seu nome” é isso: um jovem que está descobrindo a sua sexualidade e se apaixona por um cara mais velho e todas as contradições que isso envolve. Há um dialogo entre Elio e o seu pai na parte final do longa que já pode ser considerado uma das grandes cenas do cinema neste início de século XXI e que trata do fato de que como o nosso medo, alimentado por preconceitos e inseguranças, nos impede de viver paixões e certas situações, ou seja, nos torna medrosos. O pai do garoto está falando de si para ao mesmo tempo, libertar o seu filho que está começando a vida. Por tudo que foi dito e muito mais, esse filme merece ser visto.

Fotos: Divulgação

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